Como professor em formação e tradutor, recomendo o Dicionário Unesp do português contemporâneo, organizado pelo Prof. Dr. Francisco da Silva Borba. Ao contrário de outros dicionários que, muitas vezes, são elaborados por diletantes, o Dicionário Unesp baseia suas acepções em um corpus de 90 milhões de itens lexicais, extraído do banco de dados do Laboratório de Lexicografia da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/Unesp. Ele é prático e fácil de consultar porque dirige-se para qualquer pessoa, não só para estudantes do ensino básico.
Ele contém também neologismos ainda não dicionarizados (p. ex., "uspiano", denomina "estudante da USP") e abrange questões de regência nominal e verbal. É um dicionário raro no país porque registra o uso real do português contemporâneo, cada acepção é baseada em textos reais.
Outro excelente dicionário é o Michaelis, com uma longa tradição no Brasil. A versão online chamada Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa conta com noções gramaticais sobre o sistema ortográfico vigente, uso do hífen, acentuação gráfica, emprego das iniciais maiúsculas, entre outras.
Não recomendo a família Aurélio de "dicionários" porque ela já foi muito criticada a respeito de suas impropriedades na seleção das entradas (BIDERMAN, 2000). Também não utilizo o Priberam porque este é de base majoritariamente europeia. Ele pode ser útil para comparações entre as variações brasileira e lusitana.
A maioria dos dicionários tradicionais brasileiros não foi produzida por lexicógrafos, ou seja, especialistas na produção de dicionários. O Aurélio, embora seja muito popular, não apresenta uma organização rigorosa e contém entradas e verbetes duplicados, o que implica um inchaço de forma gráfica.
Referência
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Aurélio: sinônimo de dicionário?. ALFA, São Paulo, v. 44, p. 27-55, 2000. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/107776/ISSN1981-5794-2000-44-27-55.pdf. Acesso em: 31 ago. 2018.